Saiba como vivem os judeus que são seguidores de Jesus em Israel

Os judeus messiânicos ainda são um grupo pequeno em Israel, mas que vêm crescendo a cada ano.

Jesus Cristo é reconhecido como Messias por mais de 350 mil judeus pelo mundo que são chamados de “messiânicos”. Em Israel, esse grupo é muito menor — estimativas indicam que a comunidade messiânica é formada por 10 a 20 mil judeus.

Embora o movimento messiânico tenha tido seu início através dos apóstolos de Jesus, o judaísmo messiânico moderno passou a ter mais relevância a partir do século XIX. No entanto, o surgimento de judeus messiânicos na Terra Santa se deu apenas a partir da criação do Estado de Israel, em 1948.

“Somente depois que o Estado de Israel foi criado, alguns poucos judeus, de alguma maneira, tiveram acesso ao Novo Testamento e viram que Jesus era judeu e Messias. Isso aconteceu somente com a revelação do Espírito Santo. Ninguém os evangelizou”, disse a colombiana Diná, voluntária em um kibutz de judeus messiânicos, em entrevista ao Guiame durante viagem a Israel realizada em parceria com a operadora MontanaTur.

Diná vive na comunidade comunitária Yad-Hashmona, localizada nas montanhas da Judeia, onde judeus e gentios compartilham sua fé em Jesus e nas Escrituras — tanto o Antigo como o Novo Testamento.

Ela conta que, a princípio, os judeus messiânicos foram assimilados ao cristianismo gentílico, perdendo sua identidade judaica. Com o passar do tempo, o grupo foi resgatando suas origens e voltou a celebrar as tradições judaicas, após compreenderem que Jesus também estava inserido nesse contexto.

“Eles são muito similares a nós, cristãos, em seu dia a dia, em sua fé e em sua teologia. Mas eles procuram guardar as festividades da Torá, como o Shabat (dia do descanso). Entre eles também há diferentes correntes e interpretações, mas basicamente muito similares aos cristãos”, conta Diná.

Por causa de sua fé em Jesus, os messiânicos não são reconhecidos como judeus pelo governo de Israel para efeitos da “aliá” (imigração de judeus a Israel). A Lei do Retorno apenas considera aptos à aliá os filhos ou netos de judeus que não sigam crenças e costumes estranhos ao judaísmo, como é o caso do cristianismo.

Os judeus messiânicos também têm limitações quando o assunto é evangelismo em Israel. “Eles podem contar a seus amigos que creem em Jesus como Messias, mas não é uma evangelização como nos países latino-americanos, onde podem ir à uma praça e evangelizar. As pessoas não gostam disso aqui”, revela Diná.

Fonte: Guiame