Subindo a “rampa” de 49 dias de Páscoa à Pentecostes
Passamos pela celebração da festa memorial de Pessach (páscoa) que nos chama atenção, em analogismo, com a nossa saída do ‘egito’ (que representa o sistema do mundo que jaz em trevas[1], afastado de D´us) para a plena liberdade. A celebração da páscoa reforça nossa lembrança que não somos mais escravos do pecado. Agora somos livres em Yeshua, o Maschiach[2], na Sua ressurreição, porém sem nos esquecer que estamos ainda num processo de libertação, renovação de conceitos, pensamentos[3], nos livrando a cada dia das prisões da mente, da alma, do “eu” interior. Sempre há ‘prisões’ interiores das quais precisamos ser livres. Sempre há algo ruim ou não perfeito em nós que precisa dar lugar à consolidação do caráter de Yeshua em nós. Se saímos de fato do ‘egito’, então, precisamos estar seguros que o ‘egito’ saiu de dentro de nós também. Nascer de novo nas águas do Espírito[4] é a nossa primeira experiência, mas na caminhada pelo ‘deserto’ da vida precisaremos ainda de muita cura e libertação. Afinal, se nasce de novo em Espírito e não na carne (coisas da alma e do corpo). Na páscoa D´us nos lembra que Ele nos quer totalmente livres, mas isto não significa que viveremos sem regras e limites. A liberdade sem lei leva à libertinagem. Agora, em Yeshua, Aquele que é o Cordeiro Pascoal[5], resgatamos nossa identidade, pois não havia identidade num sistema de escravidão, quando cedíamos nossa liberdade ao senhor das trevas e éramos aprisionados nas paixões[6] de nossa carne. Agora, estamos livres e precisamos ser libertos para consolidar esta nova natureza espiritual, nosso novo nascimento em Yeshua, D´us nos tirou do ‘egito’ para nos transportar até às instruções do Monte Sinai, onde o povo hebreu recebeu no 50º. dia após a saída do Egito, a outorga da Torá[7] (matan Hatorá), as instruções de D´us, os limites que protegem e asseguram a verdadeira graça e liberdade na independência do sistema das trevas, embora ainda vivendo no “deserto” a caminho de Canaã, que tipifica o Reino de justiça, paz e alegria que será implantado neste terra quando Yeshua aqui regressar.
D´us pediu ao povo hebreu que contasse 49 dias (Contagem dos molhos – Sefirat haOmer-Lv23:15) e se preparasse nesse tempo para a celebração da festa de Shavuot (Pentecostes), que comemora a experiência da Torá, o recebimento da santa Instrução. Se na páscoa fomos libertos DE algo que nos prendia, agora em Shavuot somos libertos PARA servir a D´us. Ninguém pode servir efetivamente a D´us preso ou aprisionado, mas livre, exercendo a plenitude do livre-arbítrio, maior expressão do amor de D´us. O seguidor de Yeshua que passa por uma real páscoa, apropria-se da nova natureza, do novo nascimento espiritual. No Sefirat haOmer, durante 49 dias, caminharemos no sentido de consolidar essa nova natureza de D´us em nós que Paulo disse quando o Espírito do Eterno quer habitar dentro de nós[8]. Na contagem desse tempo abrimos o nosso coração para a união da Graça com a Lei, ou seja, a graça não pode existir sem a lei e a lei não pode existir sem a graça, pois ambas estão interligadas e se completam. Se na graça estamos livres do pecado, a lei ( as instruções da Torá) nos serve de “bússola” nos guiando seguramente ao nosso destino, à terra de Canaã que corre leite e mel.
Fomos salvos pela Graça em Yeshua, mas agora precisamos continuar nossa vida caminhando no “deserto” deste mundo, mas protegidos, obedecendo aos mandamentos, estatutos e ordenanças do Senhor. A Torá estabelece os limites da nossa liberdade e nos mostra a iniqüidade do mundo, nos apontando o perigo e o dano pecado. Ela quer nos proteger e nos dar a melhor qualidade de vida, porque a Lei é boa, justa e santa.[9]
E agora, vamos subir a rampa? o subir a rampa é uma maneira que encontrei para mostrar o gráfico da nossa caminha e trajetória para a terra de Canaã, fazendo uma analogia com as festas bíblicas fixas de Lev.23. Todas elas foram celebradas por Yeshua, por isso, são instruções apostólicas para aqueles que o seguem ou se dizem Messiânicos ou Cristãos.
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