Jesus nos redimiu das nossas enfermidades quando fez a expiação pelos nossos pecados?
Se você, leitor, foi ensinado a considerar as enfermidades como um espinho na carne que deve ser suportado, insistimos para que observe o texto sobre o espinho de Paulo, antes de prosseguir a leitura.
Caso contrário, você perderá a força dos argumentos bíblicos apresentados em outras partes deste livro.
Antes de responder a pergunta que dá título a este capítulo a partir da Palavra de Deus, quero chamar sua atenção para alguns fatos ensinados nela, relacionados a esse assunto.
A Bíblia declara em Romanos 5.12: Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte. O texto diz claramente que a morte entrou no mundo por meio do pecado.
Portanto, é óbvio que as enfermidades, as quais são o prenúncio da morte, também entraram no mundo pelo pecado. Ora, se a enfermidade entrou no mundo pelo pecado, seu verdadeiro remédio deve ser encontrado na obra redentora de Cristo.
Uma vez que se trata de opressão do diabo (At 10.38), que poder pode removê-la (quando a natureza falha) exceto o poder do filho de Deus?
Quando a enfermidade avança além do poder da natureza de restaurar-nos, ela resultará em morte a menos que seja removida pelo poder de Deus.
Todo médico honesto admite que tem poder o ajudar a natureza e não de Curar. Nesse Caso, tudo aquilo que atrapalha a ação do poder de Deus. Mesmo colaborando com a natureza, torna a cura impossível. Por isso, Tiago diz: Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros para que sareis (Tg 5.16a). De outra forma, não haverá Cura.
Quando a doença avança, nem a natureza; médicos, nem as orações podem salvar o enfermo, até que este confesse seus pecados, a menos que Deus, Por algum propósito, remova a enfermidade.
Sendo a doença parte da maldição, o verdadeiro remédio deve ser a cruz, pois quem pode remover a maldição senão Deus? Como Ele pode fazer isso, a não ser por meio da justificação? A Bíblia ensina, como diz um escritor, que a enfermidade é a penalidade física da iniquidade.
Cristo levou em Seu corpo todas as consequências físicas do pecado. Portanto, nosso corpo é liberado Judicialmente das enfermidades. Por redentora de Cristo, todos nós podemos, como parte do penhor da nossa herança, que se manifesta em nossa carne morta (Ef 1.14 Co 4.11), suplementar à natureza até que a obra esteja terminada. Da mesma maneira que recebemos as primícias da nossa salvação espiritual podemos receber as primícias da nossa salvação física.
Jesus nos redimiu das nossas enfermidades quando fez a expiação pelos nossos pecados?
Passemos, então, à questão central deste capítulo: Jesus nos redimiu das nossas enfermidades quando fez a expiação pelos nossos pecados? Se, como alguns ensinam, a cura não faz parte da expiação, por que existem figuras desta em conexão com a cura física por todo o Antigo Testamento?
No capítulo 12 de Êxodo, por que os israelitas foram instruídos a comer a carne do cordeiro pascal para terem força física, a não ser pelo fato de que podemos receber vida física ou força vinda de Cristo, o qual, segundo Paulo, é nossa Páscoa e foi sacrificado por nós (1 Co 5.7)? Lemos em 2 Crônicas 30.20 que, muitos anos após a instituição da Páscoa, ouviu o Senhor a Ezequias e sarou o povo depois da realização dessa festa.
Semelhantemente, em 1 Coríntios 11.29,30, Paulo fala sobre a falha dos Coríntios em não discernir o Corpo de Cristo, nosso Cordeiro pascal, como a causa de tantos entre eles estarem fracos e doentes.
A Ceia do Senhor é mais do que uma ordenança, porque podemos ser parte de Cristo enquanto participamos dos emblemas de Sua morte e dos Seus benefícios. Em Cristo há vida física e espiritual e, certamente, não há ocasião melhor para refletirmos sobre o privilégio de a vida de Jesus manifestar-Se também em nossa carne (2 Co 4.11).
A cura tipificada no Antigo Testamento
A cura tipificada no Antigo Testamento Em Levítico 14.18, lemos sobre o sacerdote fazendo expiação para a purificação da lepra. Por que era preciso fazer expiação pela cura da lepra, se a cura física não faz parte Expiação de Cristo? As figuras dos capítulos 14 e 15 de Levítico mostram que, geralmente, as enfermidades eram curadas por meio da expiação.
Para nós essa é uma resposta clara à questão que estamos discutindo, de forma que nem precisaríamos prolongar-nos nessa discussão, porque tais expiações tipificam e figuram o Calvário.
No texto de Lucas 4.19, Jesus disse que foi enviado a anunciar o ano aceitável do Senhor, referindo-se ao Ano do Jubileu do Antigo Testamento. Isso nos mostra que o tal ano é uma figura das bênçãos do Evangelho, pois nesse texto de Lucas, o próprio Cristo o relaciona com a dispensação do Evangelho.
Levítico 25.9 mostra que bênção alguma do Ano do Jubileu deveria ser anunciada pelo toque da trombeta até o Dia da Expiação. Nesse dia, um novilho era sacrificado como oferta pelo pecado, e o sangue da vítima era aspergido no propiciatório. Só se alcançava misericórdia quando o sangue da expiação era derramado sobre o propiciatório; de outro modo, aquele seria um local de Juízo. Isso nos ensina que a misericórdia de Deus e as bênçãos do Evangelho são oferecidas a nós Por meio da morte expiatória de Cristo na cruz.