Justificado pela Fé
b) Quais as evidências de que todos são pecadores?
“Não há justo, nem um sequer” (vs. 10): Ninguém pode ser justificado de seus pecados pelas suas próprias obras. Não podemos fazer nada para merecer a salvação.
“Não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há um sequer” (vs. 11 e 12): Esse “bem” não está relacionado às boas obras.
Vejamos:
“O SENHOR olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” (Sl 14:1-3)
Somente os salvos podem buscar a Deus com entendimento. Mesmo assim, não deixamos de ser pecadores e nem passamos a sermos merecedores da salvação. “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque.” (Ec 7:20).
“A garganta deles é sepulcro aberto” (vs. 13): O ser humano, por natureza, fala mentiras. E no seu íntimo encontramos o que não agrada a Deus.
“Meus inimigos são incapazes de falar a verdade; em suas mentes só há lugar para a maldade. Quando falam é possível sentir o mau cheiro do pecado e da morte. Fazem elogios mentirosos para conseguirem realizar seus planos maus.” (Sl 5:9) 2
“São os seus pés velozes para derramar sangue” (vs. 15): Temos sempre a tendência de fazermos as coisas erradas. Buscamos o caminho mais “fácil”!
“Não há temor de Deus” (vs. 18): Essa é a origem dos pecados mencionados nos itens I e II. A falta do temor a Deus é uma característica da natureza humana, como podemos ler abaixo:
“O pecado fala ao perverso lá no fundo do seu coração. O perverso não aprende a temer a Deus. Ele se julga muito importante e pensa que Deus não descobrirá o seu pecado e não o condenará. A conversa dele é má e cheia de mentiras; ele não tem juízo e não quer fazer o bem. Deitado na sua cama, ele planeja maldades. Ele anda por caminhos que não são bons e nunca rejeita as coisas más.” (Sl 36:1)
Resumindo essas acusações 1:
Um estado pecaminoso em geral (vs. 10-12)
Práticas pecaminosas por meio de palavras (vs. 13-14)
Práticas pecaminosas por meio de ações (vs. 15-17)
Todos esses pecados têm uma origem pecaminosa: os homens não têm temor de Deus diante dos seus olhos (vs. 18)
c) Devemos pecar mais para que Deus seja mais glorificado em julgar nossos pecados?
A resposta é NÃO. Os que fazem isso, abusam da graça!!! Isso só revela a natureza pecaminosa do ser humano. Paulo responde: “De maneira nenhuma”! Os que dizem: “Façamos males para que venham bens” merecem a condenação de Deus!
“Ele não me poderia julgar e condenar-me como pecador, se minha desonestidade Lhe trouxesse glória, mostrando sua honestidade em contraste com minhas mentiras” 2 (vs. 7).
Alguns judeus alegavam que Paulo ensinava isso, mas é mentira (vs. 8). Esse assunto, nos lembra do famoso jeitinho brasileiro: “Os fins justificam os meios!”, “Às vezes é necessário mentir para fazer o bem!”, etc. Essas práticas e pensamentos são reprováveis por Deus, e os que praticam isso merecem a condenação.
d) Deus é injusto por aplicar a sua ira contra nós?
A resposta é NÃO. O salário do pecado é a morte. Como todos nós nascemos com uma natureza pecaminosa, portanto MERECEMOS a justiça de Deus, a sua IRA.
II. Justificação pela fé
a) As obras da lei
Os versos 19-20, Paulo conclui que a lei nos traz o pleno conhecimento do pecado, e que ninguém será justificado diante de Deus cumprindo as obras da lei. Tudo o que fazemos para Deus é imperfeito e contaminado pelo pecado. Ele só aceita as obras da lei, para a justificação definitiva dos nossos pecados, se realizadas por alguém sem pecado!
b) A justiça de Deus manisfestada em Jesus Cristo
Nos versículos seguintes a justiça de Deus é revelada em Jesus Cristo, anteriormente testemunhada pela lei e pelos profetas (o Antigo Testamento, que contêm as profecias sobre o Cristo).
A sua justiça é mediante a fé em Jesus, para todos e sobre todos os que crêem; sem distinção (sendo judeu ou não, “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” – vs. 22), somente a fé em Jesus nos dá condições de sermos justificados em definitivo de todos os nossos pecados (passado, presente e futuro).
Quando cremos no Filho de Deus, automaticamente somos “justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” – vs. 24. Deus é “justo e justificador daquele que tem fé em Jesus”– vs 26b. Por isso, não podemos ser arrogantes achando que podemos fazer alguma coisa para ganharmos a salvação. A salvação é de graça, o preço foi pago pelas obras de Jesus, o único que não teve pecado depois da queda de Adão. Se verdadeiramente fomos salvos, continuaremos crendo em Jesus até o fim!
“Então, de que podemos nos gabar com respeito a fazermos alguma coisa para ganharmos a nossa salvação? Absolutamente de nada. Por quê? Porque a nossa absolvição não está baseada em nossas boas obras; está, sim, baseada naquilo que Cristo fez e na fé que temos nele” 2 (vs. 27).
Paulo finaliza o capítulo lembrando que Deus é único. Sendo judeu ou não, somente a fé em Cristo tem o poder de salvar! Ele diz que a lei não é anulada pela fé. Mas, é confirmada pela fé. Por quê? Porque cremos pela fé que as obras da lei foram compridas em sua totalidade por Cristo. Isso garante, em definitivo, a nossa justificação e salvação.
Notas:
1. Champlin, R.N. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Volume 3, p.613.
2. Bíblia VIVA.
Obs.: Estudamos utilizando a Bíblia na versão Almeida Revista e Atualizada.
Fonte: Justificação pela Fé